sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

Nem Centro Nem periferia

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Nem Centro Nem periferia

A Comunidade Utopia e Luta fez uso de seus direitos de participação cidadã manifestando seu conceito de cidade sem os muros da vergonha.
Além das intenções por parte de alguns desavisados que somos parte da cidade e do viaduto Otávio Rocha e de querer nos excluir da programação, a Comunidade deu mostra de sua qualidade participativa tomando os espaços de integração junto aos vizinhos e autoridades oficiais do evento numa demonstração de seriedade e firmeza democrática.
Nossos parceiros de luta acompanharam a mobilização trazendo junto com os artistas de Utopia e Luta a mensagem clara da cidade como um todo sem preconceitos nem marginalização criminalizante.
O teatro de Arena orientado pela sua diretora Viviane Jugueiro manteve honrada a memória histórica referencial de autonomia e resistência cultural onde nossos artistas de capoeira, teatro, música e dança fizeram uma mostra de seu potencial cultural por mais de uma hora.
Nem centro, nem periferia, o viaduto é do povo, é o que viemos reivindicar com a nossa presença ativa no Viaduto, trazendo a reativação de um espaço público que há muito estava em abandono, é o que praticamos cotidianamente em nossa luta, o povo está presente reorganizando nossa urbanidade.
De nossa interpretação diante os debates estabelecidos em referência ao viaduto como patrimônio histórico, ressaltamos criticamente a superficialidade das opiniões dos atores envolvidos nestas atividades tanto seja pela parte oficial como de entidades sociais da região.
As desculpas sob o estado deste monumento cultural recaem diretamente sob conseqüências relevantes geradas pela falta e abandono de políticas públicas na área social.
Moradores de rua, pichadores, insegurança, etc.
Nesta leitura os interesses que podem ser interpretados vão alem do patrimônio cultural do viaduto Octavio Rocha.
Especulação imobiliária, Permanência dos locais comerciais
Nas áreas de transito patrimonial como parte do todo artístico da obra, e despejo da realidade social da miséria de um amplo setor populacional de Porto Alegre e outras regiões que procuram os centros urbanos para sobreviver.
Isto colocado de uma maneira bem simples sem entrar em detalhes dos subjetivos complexos e históricos da problemática em questão.
Tudo isto dá lugar a uma série de perguntas, ou 2014 tem alguma coisa que ver? Com o cais do porto e a orla do Guaíba? Ou talvez com o trem subterrâneo? E os comentários de shopping na Borges de Medeiros? Os portais da cidade, plano diretor, segregação social da miséria criada pelo sistema burguês que são eles mesmos?
Para refletir.

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