segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Em defesa da Autonomia e da Autodeterminação popular.








Alem de prender os homens nos guetos nos grilhões da miséria (as favelas), hoje o Estado e o capitalismo colocam barreiras físicas ao acesso a cultura, lazer e alimentação. Direitos de todos, privilégio de poucos. Resistir é um dever! Pois nem os mortos estarão em segurança se este inimigo continuar a vencer!
O motivo de tomar posição crítica ante a marcha de abertura de outra edição do Fórum Social Mundial é questionar os critérios adotados pela organização, claramente de perfil político institucional, abandonando os verdadeiros objetivos da participação popular. O universo das autonomias terá palco em primeira fila. Enquanto panfleteiam uma década de existência, esquecem que a luta não é mais feita somente de propagandas, os fóruns não servem de nada se a ação posterior não se concretiza.
A cidade é do Povo! O Povo não pode temer o Estado, o Estado deve temer o Povo! No entanto, o Estado vem constantemente privatizando nossos espaços públicos, nossos parques, auditórios e centros culturais. Não podemos deixar que esses espaços de construção social, onde relaxamos, encontramos os amigos e tocamos atividades artístico-culturais sejam privatizados e cercados, bem como limpos dos “indesejáveis” que neles sobrevivem. Indesejáveis, estes, criados por esse sistema sujo e injusto: o pária serve para a burguesia dizer o que ela não é.
Durante a dominação do sistema capitalista, grupos sociais acumularam muitas riquezas, principalmente militar e midiática, mas no modelo atual está em crise. A burguesia mergulha, o Planeta se mantem em crises ecológicas, culturais, econômicas e políticas, causando conflitos sociais insuportáveis. A busca incessante pelo lucro explora seres humanos e as riquezas naturais. Estamos sob um sistema esquizofrênico.
Não é saudável estar bem adaptado em um mundo tão doente. Não vamos engolir aparências revolucionárias que escondem fins eleitoreiros como se apresenta neste FSM.
O planeta e os seres humanos indicam que estão doentes, cansados do capitalismo que os esfola. A burguesia pretende avançar em seu domínio para além das possibilidades da saúde de todos. Não passarão!

Retomemos pacificamente o parque Harmonia, Porto Alegre, e criemos uma cidade sem muros e oprimidos!

A retomada dos espaços públicos de Porto Alegre, antes de um direito, é um dever, porque a cultura emana do Povo e ao Povo ela pertence.
Hoje é a praça, amanhã é a voz e logo é a vida!
Saudações para um mundo novo,
a Nossa Voz!


O silêncio é a semente das injustiças.
Pela autodeterminação dos Povos
e pela justiça social.

MRU- Movimento pela Reorganização Urbana e movimentos autônomos da cidade

Nenhum comentário: