quarta-feira, 7 de agosto de 2013

PRIMEIRO ENCONTRO DO PROJETO “REDE DE COMUNIDADES AUTOGESTIONÁRIAS”

PRIMEIRO ENCONTRO DO PROJETO “REDE DE COMUNIDADES AUTOGESTIONÁRIAS”

No dia 20 de julho de 2013 aconteceu o primeiro encontro do projeto “Rede de comunidades autogestionárias”, na sede do FTIARS – Porto Alegre/RS. Confira os principais pontos em discussão.
DSC00432face 1DSC00474DSC00476O processo que produziu o encontro
O formato e os conteúdos do encontro, construídos de forma crítica aos modelos tradicionais, resultam de um processo que passa pela retomada dos seguintes pontos: i) Comunidade Autônoma Utopia e Luta; ii) Escola de Construtores Sociais (ou Escola de Construtores Insurgentes, na ideia original); iii) 1º ciclo internacional Práticas de Morar: produção gestão e vida coletiva; iv) criação e gestão da COOPSUL; v) discussão da política urbana e dos programas de financiamento e, finalmente; vi) Escola Latinoamericana de Autogestão Popular (iniciativa articulada pela Secretaria Latinoamericana de Vivienda Popular – SELVIP);
Em especial, a participação da COOPSUL na Escola de Autogestão Popular, em Curitiba (maio de 2013), identificou o tom necessário ao encontro. No seu segundo módulo identificou-se o debate em torno de experiências concretas, mas com certo déficit conceitual para direcionar e avaliar estas experiências. Assim, a pauta foi construída em torno de alguns conceitos chave: AUTOGESTÃO, a necessária diferenciação entre esta e as PRÁTICAS AUTOGESTIONÁRIAS e, não menos importante, sua necessária base material, os TERRITÓRIOS COLETIVOS, ampliando e trazendo novos significados à pauta da propriedade coletiva, hoje em debate no Brasil.
A dinâmica do dia
O debate foi aberto com foco na aplicação dos recursos públicos na ordem territorial para a reconstrução dos valores e conceitos de classe. À luz conjuntural, foi retomado o debate da ultima década entre algumas organizações com a intenção de firmar alguns conceitos propositivos, utilizando-se de algumas referências importantes e preparando a base da ação.
Na apresentação do Projeto, alguns dos envolvidos na sua construção falaram sobre temas específicos como projeto de Arquitetura e Urbanismo, Ambiente e Trabalho Social. Logo após, formou-se uma mesa para falar dos desafios que o projeto enfrentará frente à institucionalidade. Este contou com a presença de Carlos Schmidt (NEA), Cecília Hypólito (coordenadora macrorregional da SEPLAG/RS e Fórum de Governo da Região Sul), Maria das Graças (coordenação da União Nacional por Moradia Popular – UNMP), Evaniza Rodrigues (Caixa Econômica Federal) e Adriano Castro dos Santos (Prefeitura de Candiota). Foi o momento de oficializar a adesão de novas organizações ao Projeto. À tarde foram divididos três grupos de trabalho sobre temas específicos sugeridos pela organização.
DSC00420Resultados
Na dinâmica dos grupos, o primeiro debateu em torno das “práticas autogestionárias”, ressaltando a necessidade de romper com o modelo capitalista, fomentar redes autogestionárias, unir forças com os movimentos populares e pressionar o estado em busca de mudanças estruturais. O grupo que debateu os “territórios coletivos”, trabalhou com a ideia hipotética de um terreno urbano, com características especificas, trazendo para o debate a constituição do espaço urbano em uma concepção coletiva. Ainda, ressaltou a necessidade urgente de cumprimento da função social da terra pública e privada, compreendendo que estes territórios, para além da moradia, deve ser espaços de luta e resistência permanente. O grupo que debateu o tema da Autogestão, ateve-se longamente na metodologia de consenso, compreendendo a autogestão como uma construção coletiva  e que necessita de um tempo diferente do tempo de tomada de decisão administrada a partir de fora.
Por fim, reafirmou-se o ponto sobre as não-garantias básicas dos direitos, resultado do modelo de desenvolvimento atual, que foram colocadas como ponto inicial da ação integral: moradia, educação, saúde, alimentação, ambiente, cultura, geração de renda, administração comunal, etc. O projeto, portanto, parte do princípio de catalisar as urgências da população para que uma nova sociabilidade seja imediatamente possível a partir da mudança da base material da vida.
Além dos organizadores e das organizações já citados na mesa da manhã, compareceram integrantes da COOPAN, COOPERCAM, Associação de Mulheres Unidas Pela Esperança do Morro da Polícia – AMUE, Associação dos Moradores do Morro Santa Teresa – AMUST, Colégio de Aplicação da UFRGS, Levanta Favela, Comitê Popular da Copa, ONG Econsciência, ONG Resistência Participativa.
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