UM VÍRUS LETAL CHAMADO AGRONEGÓCIO
Até
onde chega o compromisso real dos governos com seus povos, sejam
quais forem suas origens ideológicas ou partidárias?
Imaginemos
um caminho de grãos de milho que conduz um frango que é alimentado
passo-a-passo até seu destino final: o facão do açougueiro. Muitos
enchem a boca com discursos supostamente “ecológicos” e
“sustentáveis”, mas é fácil ver que estão comprometidos, de
fato, com os setores a quem menos interessa cumprir tais princípios.
Nas
cidades e no campo, o acúmulo de problemas sem soluções justas
para a maioria da população é evidente. Veja as centenas de
milhares de hectares de florestas centenárias que são desmatadas
com o único objetivo da monocultura de transgênicos que transbordam
agrotóxicos e veneno.
O
mercado das madeireiras criminosas, construído e fortalecido como um
anexo do extermínio ambiental.
Culturas
originárias milenares destruídas, exterminadas, expulsas de seus
territórios e aterrorizadas por mafiosos do agronegócio amparados
na impunidade vigente.
Pequenas
comunidades camponesas de agricultura familiar são forçadas a abandonar suas terras e migrarem para os grandes centros urbanos em
busca de “melhores” condições de vida, educação, saúde e
trabalho.
O
agronegócio também tem influência direta na situação de
vulnerabilidade social das mulheres, pois gera e perpetua a situação
de pobreza dessa população. As poucas atividades que sobram para
elas são funções precarizadas, além de receberem salários
menores que não garantem sua autonomia e emancipação. Dessa forma,
passa a existir uma dependência direta de políticas
assistencialistas para complementarem suas rendas. Obrigadas a ver
seus filhos e parentes expostos aos agrotóxicos e ao empobrecimento
de suas famílias, impondo, muitas vezes, que companheiros, filhos e
familiares migrem para os centros urbanos.
A
Fauna nativa é exterminada deliberadamente, forçando o exílio de
animais silvestres, rompendo todos os ecossistemas da autopreservação
natural. Uma violência silenciosa com os seres sencientes, seus
habitats e o patrimônio natural do planeta.
A
grande indústria, em sua maioria de capital estrangeiro, contamina
água, solo e ar com resíduos tóxicos, confinando igualmente
plantas, animais e pessoas em suas linhas de produção, enriquecendo
uma pequena minoria mas, no fim, atingindo sem distinção a
todos pela lógica do consumismo que pauta o sistema em que vivemos.
A
saúde da população do campo e da cidade é diretamente afetada por
doenças, mutações genéticas, envenenamentos sistêmicos e
vitimados por um mercado de transgenia que sustenta laboratórios
farmacêuticos que especulam a vida das pessoas e seus recursos.
Modificações
climáticas causadas pela civilização do automóvel e dos
combustíveis fósseis atingem todos os continentes, impactando o
clima de forma nunca vista, afetando populações, ecossistemas e a
produção de alimentos.
Neste
cenário nada alentador, há vários responsáveis, mas é
indubitável a responsabilidade do agronegócio por trás de muitos
desses problemas, sendo um dos pilares da tragédia ambiental.
Que
poder é capaz de assumir as responsabilidades de dizer basta a essa
devastação promovida pela grande indústria do agronegócio e do
capital?
Achamos
que só o Poder Popular organizado tem condições de frear tanta
impunidade e injustiça.
Convocamos
a OUTRA CAMPANHA para, unidos, promover todas as ações de
resistência e luta necessária contra o agronegócio e seus aliados,
pela emancipação e autodeterminação do povo latino americano.
Convidamos os coletivos, organizações sociais, os povos
originários, populações quilombolas, pequenos agricultores
familiares e ao consumidor final desta barbárie – a população
urbana – refém dos serviços essências como água,
energia,transporte e alimentação. Entendemos que esse enfrentamento
é uma responsabilidade de todos no seu dia a dia, dessa geração e
das próximas, para a continua manutenção da vida e da saúde das
pessoas que é tratada como produto da indústria do sistema
capitalista, que nos mantém sob sua tutela, amortecidos por setores
comprometidos com a continuidade do que aqui está e não devemos
mais suportar.
UM
CHAMADO DO MOVIMENTO UTOPIA E LUTA A NOS ORGANIZAR E
E
RESISTIR DESDE A OUTRA CAMPANHA, PELA VIDA CONTRA ESTE GENOCÍDIO.
“No
começo pensei que estivesse lutando para salvar seringueiras, depois
pensei que estava lutando para salvar a Floresta Amazônica. Agora,
percebo que estou lutando pela humanidade.”
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